Dallier e o Morro da Conceição

Veja meu outro blog de crônicas. http://dalliercronicas.blogspot.com

22.12.08



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Dallier, a expressão espontânea da arte
Neyde Noronha
Temos acompanhado Paulo D' Alves Silva desde que o conhecemos em meados dos anos oitenta, em sua trajetória artística:

-“Um espaço em branco na vida de um pintor é sinônimo imediato de anseio, busca, inspiração: é vontade incontida de transformar o inexistente em cores vivas, reais e mágicas; calar o silêncio com ondas flutuantes, sonoras e vibrantes da criação.”

Seguindo esse raciocínio, vamos nos deparar, inevitavelmente, com o talento e maturidade do artista plástico Dallier, cuja obra denota, a cada dia, o fator tempo - Quando a mesma não se permite vagar num só plano - quanto à sua bonita caminhada. Lembrando um fato bem pessoal que aconteceu há pouco tempo conversando com ele:

-" E a "Gorda" foi para a França!" - exclama com satisfação.

- Aquele quadro nunca foi esquecido pelo autor - O pintor Paulo Dallier que começou a pintar aos 39 anos de idade, hoje com 75 anos não esquece o entusiasmo com que pintou aquela obra que representou uma fase importante em sua vida. Acompanhamos de perto, vimos o seu entusiasmo, até mesmo o ato da venda, a despedida daquela pintura expressiva, onde a cor, as formas bem desenvolvidas, descreviam em gestos rápidos ..... Dallier se recorda com saudades de muitas de suas obras mas uma delas, esta aqui " a gorda' que mede 1,00 X 1,00m foi realizada em 1986, seguiu com outras duas obras para Paris.

Como o próprio autor, sua obra é inquieta e emotiva, explosiva , num contínuo dizer de pinceladas fortes, carregadas de temáticas diversas, com cenas de total espontaneidade, preenchidas em seus propensos espaços vazios, por outras que as completam. Gatos, mulheres, naturezas mortas, catedrais e casarios desfilam precisamente diante dos nossos olhos, num clima de grande expressividade. Mas, não são apenas figuras, os enredos e temas que se nos apresentam dessa forma tão magnífica. O carisma de sua potencialidade se sobrepõe a sua arte, que dessa forma se completa e nos transmite sensação que transcende até a mente.

Para o próprio Dallier, se torna difícil falar do seu trabalho sem evitar o lugar comum, ou seja, dizer que a pintura é, para ele, tão essencial como respirar, que se entrega totalmente à sua arte. Mas, se esta é a realidade, não se pode esconder que ele sente uma necessidade enorme de se expandir na tela, ocupar aquele espaço em branco, buscar, criar, num desafio realmente incontido.

- Quando estou pintando, não sinto os pés no chão, estou voando, longe de tudo e de todos. A ânsia de criar me joga no espaço, na busca de captar as emoções que surgem ao mesmo tempo, que me viram pelo avesso. É suor, é lágrima, é um grito profundo no ar. As cores me dominam. É uma necessidade enorme de mexer com as tintas, e, através dos pincéis, criar formas que possam transmitir minhas emoções. Nem sempre se chega a um resultado satisfatório. É hora de gritar, xingar, rasgar e esperar um "novo tempo" - relata emocionado o pintor.

A emoção e o envolvimento são tamanhos, que, às vezes, segundo ele observa ," há momentos em que se tem vontade de abandonar tudo, partir para outra, sem olhar para trás. Difícil, porém, é sepultar um ideal e, aí, o negócio é começar tudo de novo. É preciso ser humilde, saber reconhecer os erros, pois, sem isso, não se chega a lugar nenhum". Sempre agradecido aos amigos que o ajudaram, Dallier conserva sua humilde gratidão.

No momento se prepara para uma nova individual na Galeria da Aliança Francesa de Ipanema e muito em breve se apresentará em São Paulo em um novo espaço na Av. Paulista, seguindo depois para Boston-USA.

No Rio de Janeiro vive Dallier, em seu atelier, sua casa, seu recanto, no Morro da Conceição, local onde recebe artistas, intelectuais, jornalistas, marchands, colecionadores, interessados em arte, alunos de universidades, pessoas como ele que vivem acompanhando a arte.

Dallier, conquistando novos horizontes, satisfeito de sua função segue sempre mais um passo à frente, na conquista de mais um olhar sobre a sua obra, renovando-se a cada dia. Parabéns amigo Dallier!

Neyde Noronha
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