Dallier e o Morro da Conceição

Veja meu outro blog de crônicas. http://dalliercronicas.blogspot.com

18.11.06

O MORRO DA CONCEIÇÃO E AS CORES DE DALLIER

Em uma sexta-feira de julho, subimos a ladeira João Homem, à casa 52. Manhã clara e brilhante, sol de inverno,Dallier entre as fotos era o galã de cinema. voltando no tempo. Apresentou-nos também seus quadros.De pincéis respingados.as muitas cores em seu jeito de apresentar a vida.Fazendo-nos sorrir à delicadeza.Para um homem que vive só. Muitas são as tintas. De onde viriam potencial talento. a criação impar de impacto e de sonhos.? Nasceu no Jardim Botânico, Rua Estela, final da Pacheco Leão, apelidado da "Itália Pequena ", onde ficou até servir o seviço militar, na Escola de Educação Física do Exército.Mas houve uma fase desse periodo em que morou na Ladeira, casa onde agora vive e construida por seu avô paterno em 1904. Dos quatro anos lembra-se dos tombos e cambalhotas, das peripécias e carnavais descendo a ladeira com a familia, todos fantasiados para assistir o desfile em carro aberto, na Avenida Rio Branco.A paradinha na Galeria Cruzeiro,hoje extinta, à espera de outros foliões, que se juntavam a eles, numn bloco de pura alegria.E os blocos à fantasia, na Praia do Flamengo com os moradores do Morro da Conceição levando seus próprios carros alegóricos ? Incriveis as cores da memória. Paulo Dallier conta-nos em seu texto 'Esse Rio onde nasci", no blog Literatura e Rio de Janeiro, a frequência que ele e a familia iam ao auditório da Radio Nacional para ver de perto Batista Junior( pai de Linda e Dircinha)e seus bonecos falantes. E as matinês do cinema Floresta que lhe despertaram a paixão fulminante por Alice Faye. Tudo isso povoou a galeria intensa e viva de sua época. E foi amálgama..
Sentimentos de paixão e compaixão, admiração e respeito sob o olhar de Dallier explodem com vigor em Maria Peixe Frito, a Gorda, Villa Lobos no Circo, os Sambistas e Três no Jongo, Os Músicos, As Prostitutas, quadros impactantes, cuja própria ambiência vibra em cor e empatia.Ser compelido a pintar, não pelo teima,como diz,mas pelo sentimento; trágica beleza sobre o transitório! E o teima apenas um pretexto. permitindo-lhe realizar o que interior implode em cor, nós é que somos regiamente servidos em um banquete dos mais interessantes personagens e das cenas em as quais convivem.
De um homem só. em muitos, mais não se poderá dizer, Quase certeza, que é habitado. arrebatado mesmo por mitos deuses orixás em colorida festa da criação. Que não demore seu merecido reconhecimento é o desejo dos que admiram sua obra. LÉA MADUREIRA